Uma flor apenas

Ontem, voltando da UnB de ônibus prestei bastante atenção na paisagem que me rodeava, as árvores daqui de Brasília são engraçadas: tortuosas, a casca quase grossa demais e todas cheias de fissuras. Ainda assim, conseguem fazer brotar como que direto da sua seiva as mais belas flores. Como se cada flor fosse a coisa mais delicada e íntima que tem para oferecer.
Sabe, os humanos são meio como as árvores também. Umas são gordas, outras finas; umas são altas, outras pequeninas; umas crescem apenas para cima enquanto outras se expandem tanto que acalentam a todos com sua grandiosidade; umas são tão enraizadas que parecem fazer questão de mostrar; umas são duras como pedra e outras mais flexíveis ao vento; umas conseguem viver por longos períodos com o pouco que a natureza lhe provém enquanto algumas simplesmente sucumbem.
Sigamos, assim, as lições das árvores: por mais que a vida tenha nos ensinado a ser tortuosos, duros e cheios de fissuras, que possamos nos permitir ao menos ás vezes oferecer aos outros um pouquinho do nosso melhor, um pouquinho da nossa essência, seja através de um sorriso, seja através de um abraço.


Sem medo de parecer fraco ou de ser atingido. Floresçamos uma flor apenas.